terça-feira, 3 de dezembro de 2013

India Mahdavi quer para si todas as cores

Ambientes com menos de três tons não têm vez


  (Foto: divulgação)
Ela é a mais internacional das decoradoras francesas. De origem iraniana, India Mahdavicresceu nos Estados Unidos e mudou-se para a Alemanha antes de chegar à França, onde estudou arquitetura. Ex-braço direito de Christian Liaigre, atualmente ela pertence ao restrito grupo dos grandes do circuito. De Paris, onde instalou seu QG em 1999, ela trabalha para clientes vindos de pontos diversos: Miami, Nova York, Mônaco, Londres... e, por toda a parte, impõe seu estilo, inimitável.
Na Cidade Luz, India acaba de assinar a decoração do Café Français, e revelará, ainda neste mês, o projeto da nova pâtisserie de Jean-François Piège (dono do grupo Thoumieux, que conta também com uma brasserie e um hotel). Está dando ainda os últimos retoques em um hotel em Courchevel, nos Alpes franceses, em parceria com o arquiteto Joseph Dirand.
   (Foto: Undine Prohl )
Mesclar os estilos, adaptar-se ao gosto dos clientes do mundo inteiro (entre os quais muitas personalidades da moda e da arte), surpreender em vez de repetir a mesma receita – a India nunca falta inspiração.
O segredo de seu estilo neopop? “Um ‘max’ de mix”, responde. Basta abrir a porta das duas boutiques que levam seu nome (de moveis e acessórios), ambas localizadas na margem esquerda do Sena, para constatá-lo. Logo na entrada é possível notar seu senso de associações ritmadas e seu talento para dar vida aos mais diversos matizes – trata-se de uma pintora do espaço. À Casa Vogue, India fala com exclusividade sobre sua relação com as cores.
Que importância ocupa a cor em seu processo criativo?
É ela que dá vida a um ambiente. Minhas escolhas se dão sempre em função da luz existente no lugar. Num local triste e mal iluminado, prefiro usar cores escuras em vez de tentar clareá-lo. Isso lhe dará mais personalidade. Agora, por exemplo, estou terminando um hotel em Courchevel, na França. Com a neve, a luz é branca e ofuscante, o que me dá vontade de procurar tons não tão claros, como o do verde dos pinheiros.
Os lugares lhe inspiram determinadas paletas?
De fato, quando entro num ambiente, eu o imagino imediatamente em cores. A arquitetura muitas vezes me dá o tom. Para o Condesa df, na Cidade do México, eu não quis usar a paleta intensa de Barragán, tão tradicionalmente ligada à cidade. Preferi inspirar-me nos matizes do bairro popular no qual se encontra o hotel, elegendo para as paredes do bar um turquesa – essa cor deu logo uma nova vida ao espaço. Gosto que as pessoas guardem na memória uma imagem forte de um lugar. No Café Français eu sabia que queria trabalhar como trio azul-branco-vermelho, pois a praça da Bastilha, onde ele se localiza, é símbolo da Revolução Francesa. Usei esses tons em pequenas doses, nos sofás e nas poltronas. Para as paredes, optei pelo dourado.
  (Foto: François Halard )
Você é um dos raros profissionais do décor que consegue harmonizar dez cores ao mesmo tempo. Qual é o seu segredo?
Não gosto de escalas de duas cores, pois dão um efeito muito estático. Parto sempre de três ou quatro matizes, que equilibro em masculino-feminino, sempre com uma tonalidade predominante. Quando se tem apenas três cores num ambiente, o resultado é muito previsível. Quando se tem cinco ou seis, aí então dá para começar a brincar.
Quem são seus mestres?
David Hicks foi bastante genial. Como ele, nada me detém, permito-me tudo. O que me importa é o resultado final. Também sou fascinada pelo trabalho de Le Corbusier com as cores. Mas, para mim, tudo é fonte de inspiração. Fotografo em minha cabeça uma infinidade de combinações, inclusive aquelas que vejo nas pessoas na rua.
  (Foto: Derek Hudson )
Em que projeto você sente que foi mais longe em sua abordagem?
O primeiro lugar onde comecei a colocar cor foi o hotel Townhouse, em Miami, no qual abordei os temas sea, sex & sun. Depois, veio uma constante evolução. Diverti-me bastante nos quartos do hotel Thoumieux, em Paris, pois misturei muitos tons e motivos florais ou geométricos. Idem para o primeiro andar do restaurante Germain, no qual fui fundo na mistura. Aliás, foi lá que percebi com que facilidade eu brincava com essa linguagem.
De onde vem tal aptidão?
Creio que essa necessidade de cores, e portanto de luz, se acha profundamente arraigada em mim. Cresci nos Estados Unidos dos anos 1960, junto com o tecnicolor. Isso me marcou profundamente. E mesmo nunca tendo vivido de fato no Irã, sou uma filha do Oriente. O gosto por cores é uma espécie de grito oriental que me desperta.
* Matéria publicada em Casa Vogue #337 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)
  (Foto: Jean-François Jaussaud )

  (Foto: Matthieu Salvaing )

  (Foto: Thierry Depagne )

  (Foto: Gregor Braendli)

  (Foto: Amagat)

  (Foto: Derek Hudson )

Leve o Plaza Athénée para a casa!

Hotel-palácio de Paris leiloa peças do acervo


  (Foto: Divulgação)
Não há voltinha pela avenue Montaigne, com suas irresistíveis lojas sofisticadas, em Paris, que resista a parada em frente ao hotel Plaza Athénée. As sacadas floridas e os toldos vermelhos que a compõem são o cartão de visita deste que é um dos mais aclamados (e badalados) hotéis-palácio da capital francesa, membro do grupo Dorchester Collection. A questão é que os dias para aproveitar as delícias que este templo do luxo oferece estão se extinguindo. No dia 1º de outubro, o hotel aberto em 1913 cerra suas portas para uma reforma veloz. Porém, a boa notícia é que fará um leilão de algumas de suas peças icônicas.
Nos últimos anos, o estabelecimento adquiriu três propriedades ao redor de sua sede. A ampliação visa integrá-las ao conjunto e preparar o hotel para outros 100 anos de excelência em décor e serviços, segundo o diretor-geral, François Delahaye. Maio de 2014 é o mês previsto para a inauguração dessa nova fase do Plaza Athénée – com direito a novos guestrooms e suítes e um ballroom. Com sorte, consegue-se uma bela suíte para hospedagem nesse tempo restante. Caso contrário, uma visita antes da reforma se faz imprescindível, caso você esteja em Paris ou a caminho.
  (Foto: Divulgação)
Eis um roteiro para um deleite rápido e inesquecível: após se deparar com o luxo enxuto do lobby e sua beleza na medida, dirija-se ao Le Bar, decorado com sapiência por Patrick Jouin – para contrastar com as boiseries de época, ele implantou um bar glacial, de vidro esculpido, que é um verdadeiro convite a se embriagar (no topo). Porém, contenha-se. Peça apenas o drinque mais famoso do lugar, o Rose Royale (à esq.). A receita é quase prosaica, não fosse a qualidade ímpar das matérias-primas: suco de framboesa e champanhe. E guarde fôlego para o passo a seguir.
Enquanto a temperatura permite, siga para o La Cour Jardin, o célebre restaurante instalado no jardim, aberto para almoço e jantar no verão (abaixo). Ali, a atmosfera de Riviera Francesa invade o décor e o menu, assinado pelo chef Frédéric Larquemin sob a supervisão do chef-mor Alain Ducasse, que dirige no hotel outros dois restaurantes: o Alain Ducasse au Plaza Athénée e o Le Relais Plaza. No Cour Jardin, brancos ou tintos leves e de classe casam com um cardápio de sotaque mediterrâneo. Exemplo de um respeitável “combo”? De entrada, risoto de mariscos e camarões cozidos em travessa de barro. Como principal, o peixe John Dory com tomates verdes, batatas e azeitonas. E, para concluir, o sorvete de amêndoas servido em taça com teto de chocolate – este, por sua vez, derretido à mesa com calda quente de caramelo.
  (Foto: Divulgação)
Aos interessados nos leilões, voilà! Estão confirmados para os dias 7 e 8 de outubro e serão dirigidos por François Trajan na sede da Artcurial, situada no interior do Hôtel Marcel Dussault (7, Rond-Point des Champs-Elysées). No primeiro dia, o evento será realizado às 10h, 14h30 e 19h. No dia 8, às 10h e às 14h30. Antes disso, entre 4 e 6 de outubro, as peças que irão à venda estarão expostas ao público, das 10h às 20h, no próprio Plaza Athénée (25, av. Montaigne).
É uma boa oportunidade para levar para a casa móveis e objetos como o bufê art déco do Relais Plaza (valor estimado: € 600 a € 800), a escultura Ginasta no Aro (€ 600 a € 800), de bronze, também do Relais Plaza, ou o famoso bar de vidro criado por Patrick Jouin em 2001. Valor previsto: € 20 mil a € 30 mil.
Seja para se sentir um special guest, tomar um drinque e jantar ou receber suas relíquias pelo sistema de “delivery”, o Plaza Athénée é e sempre será um clássico.
  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)


10 restaurantes com ares industriais

Materiais crus e decoração vintage

02/09/2013 | POR REDAÇÃO
Em todos os cantos do planeta despontam empreendimentos que apostam no vintage e adotam ares fabris, em busca de uma estética tão despretensiosa quanto descolada. Nada mais in do que revelar tudo – atitude que se popularizou junto com o crescer das redes sociais. Por isso, nestes ambientes reina o concreto aparente, as tubulações à mostra, os móveis antigos e os itens reaproveitados. O estilo industrial, além de ter seu charme, carrega um valor sustentável, pois dispensa as reformas cheias de acabamentos diferentes e elementos novos. Optar por essa temática é uma escolha interessante. Abaixo, listamos 10 restaurantes, bares ou cafés que apostaram na crueza como beleza. Confira!
  (Foto: divulgação)
1. Viva o passado de Williamsburg!
Wythe Hotel, que fica no descolado bairro de Williamsburg, em Nova York, faz homenagem ao passado industrial da região. Os tijolos vermelhos da fachada são os primeiros a entregar que o endereço no Brooklyn já foi o de uma fábrica, construída originalmente em 1901. Uma reforma revelou a beleza da estrutura original, expondo as colunas de ferro, as paredes de pedra e as vigas do Reynards, restaurante do térreo que vende apenas produtos naturais ou de comerciantes locais, como o açougue do bairro.
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  (Foto: divulgação)
2. Ex-fábrica de biscoito, hoje hostel
Um grupo de amigos encontrou em uma antiga fábrica de biscoito em Reykjavík, capital da Islândia, o cenário ideal para a locação de um filme. Depois, transformaram o local noHostel Kex. A origem industrial foi preservada nos acabamentos, enquanto móveis e objetos circulam entre o rústico e o retrô. O resultado é uma ambientação contemporânea e aconchegante. A mistura de estilos ocorre especialmente no plano aberto do térreo, composto por recepção, restaurante e bar.
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  (Foto: divulgação)
3. Frutos do mar e novas janelas
As paredes de tijolos, as vigas e a tubulação aparente denunciam que os 1.100 m² do restaurante Stork já pertenceram a um armazém em Amsterdã. O lugar atualmente é o maior restaurante de frutos do mar da Holanda. Para atender bem à nova vocação, o projeto do Cube Architecten fez alterações significativas na fachada do galpão. Novas janelas e portas deslizantes cortam as paredes grossas pelos 50 m do comprimento do salão. O bar é a única construção no interior do restaurante.
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  (Foto: Mattias Lindback)
4. Industrial à polonesa
O décor do Nazdrowje em Estocolmo, na Suécia, é inspirado nas fábricas da Polônia – de lá veio também o nome e a culinária. Os materiais que Richard Lindvall empregou na obra foram: concreto, cobre, aço e cerâmicas brancas. Agregam à atmosfera luminárias pendentes trazidas de uma fábrica tcheca e cadeiras Tolix. Canos aparentes aparecem junto às laterais, ao teto e à lareira. O piso, o bar e suas prateleiras, assim como algumas paredes, são feitos de concreto. Os bancos e mesas do mesmo material foram produzidos in loco.
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  (Foto: reprodução)
5. Máquinas antigas e móveis anos 1950
Pé-direito alto, teto envidraçado, vigas de ferro, paredes descascadas e maquinário exposto. Os elementos industriais não escondem que os 14 mil m² do restaurante Radio Royaal nem sempre abrigaram chefs e famintos. No passado, o espaço foi uma usina distribuidora de energia da Philips. Hoje, esses elementos remanescentes criam um contraste interessante com a decoração vintage escolhida. Há ali mesas escolares, sofás de couro, TVs antigas e o clássico chão quadriculado – tudo com ares de anos 1950.
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  (Foto: Corvin Cristian)
6. Peças únicas no café romeno
Atelier Mecanic, em Bucareste, Romênia, não é uma cafeteria convencional. O tema industrial aparece desde a fachada: o logo é formado por antigas ferramentas garimpadas. Em seu interior, o vintage domina os 70m². Os tons de cinza e o piso de concreto se misturam a cadeiras e mesas que não se repetem – todas originais do anos 1950-1970. Além disso, pôsteres da época do boom industrial e maquinários desativados relembram o uso fabril do espaço. O café foi projetado por Corvin Cristian.
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  (Foto: divulgação)
7. Para juntar ontem e hoje
A decoração do restaurante romano Kook, criada pelo Noses Architecture, paira entre o industrial e o vintage. Se o centro do restaurante é tomado por uma oliveira natural, que vive num “aquário verde”, recostam sob o teto dutos e canos originais da construção. Há neste estabelecimento um notável elo entre a tradição e a inovação. Sob os pés, o piso de tacos cor de mel se transforma em concreto e depois em ladrilhos hidráulicos, na área do bar. Mas a mistura dá certo. Não há impacto na variação.
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  (Foto: Jordi Sarrà)
8. Porão catalão
No subsolo do Hotel W Barcelona, situado na faixa de praia mais cool da cidade, fica o Pez Vela, misto de bar e restaurante. O ar mediterrâneo predomina no interior do local, com materiais crus, pé-direito elevado e uma estética contemporânea que não destoa dos detalhes rústicos. Criado pela designer de interiores Sandra Tarruella, o projeto faz ainda uma série de referências ao estilo industrial. Os espaços internos contam com recortes e elementos feitos de concreto aparente.
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  (Foto: divulgação)
9. Menos = mais economia
Recolhimento e aconchego são as sensações que vêm à mente quando se adentra oFabbrica, restaurante holandês, em Bergen. A decoração é do Tjep Studio. De acordo com os arquitetos, a abordagem orgânica, com menos brilho, foi escolhida em função do atual momento da economia, que exige mais austeridade. Por isso, os materiais estão expostos em seu estado cru. Os pisos de pedra e madeira não receberam qualquer tratamento e as lâmpadas não são encerradas por cúpulas ou outros tipos de bloqueio – a ideia aqui é reduzir os gastos.
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  (Foto: Rien Meulman)
10. O Starbucks mais diferente da rede
Jaz em Amsterdã a primeira loja-conceito da cadeia norte-americana Starbucks. O projeto é único, a começar pela implantação – a loja está instalada no espaço que antigamente abrigava o cofre de um banco. O décor do Starbucks Rembrandtplein utiliza somente mobiliário reciclado ou recuperado, tendo empregado o trabalho de mais de 35 artesãos e artistas locais. Os interiores apostam no uso da madeira em contraponto ao concreto e ao mármore – o piso é original da década de 1920.
www.casvogue.globo.com/LazerCultura/2013/08/10restaurantes-com-ares-industrias

Universo militar inspira café londrino

Passado fabril da cidade revive no Cornerstone


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   (Foto: Divulgação)
Uma viagem às raízes industriais (e bélicas) de Londres, acompanhada de um bom expresso, é o que o visitante encontra no Cornerstone Café, na capital britânica. O edifício onde o estabelecimento funciona era parte de uma fábrica de armamento e munição para a Marinha Real e para as Forças Armadas. Desejosos de manter evidente essa herança militar, os proprietários do local encomendaram ao estúdio Paul Crofts um projeto de interior capaz de exaltar a união do antigo com o contemporâneo.

O concreto das paredes foi mantido à mostra, enquanto parte do mobiliário recebeu uma paleta de verdes e azuis que remetem a uniformes de guerra. As paredes e mesas também foram vestidas a caráter, com aplicações de insígnias que parecem saídas diretamente das mangas das jaquetas militares. Além disso, muitas as mesas comportam dezenas de pessoas, ao melhor estilo dos refeitórios de fábricas. Mais descontraídas, as luminárias pendentes do teto atraem o olhar para cima, revelando a altura generosa do edifício.

Como um café não vive só de café, o menu do Cornerstone apresenta um mix entre as culinárias britânica e mediterrânea, com pratos caseiros feitos com produtos sazonais, além – é claro – da variedade em cafés e chás de folhas soltas.
  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)
www.casavogue.globo.com/LazerCultura/2013/09/cornerstone-cafe-londres.ht