sábado, 23 de fevereiro de 2013

A joia catalã da arquiteta Eva Palao

Décor mistura referências e objetos inusitados


|

  (Foto: divulgação)
O edifício onde vive a arquiteta Eva Palao e seu esposo, Jordi Rabat, tem a cara da Barcelona do início do século passado. Alguns traços originais da arquitetura sobreviveram aos anos e às reformas, como os pisos de ladrilho hidráulico, o aquecimento que corre abaixo dele, o pé-direito alto e o teto com rebuscados trabalhos em gesso. Tudo muito vintage. Ou nem tudo. A decoração criada por Eva é intensamente jovial, alegre e repleta de humor. Segundo ela, a meta era dar a cada cômodo uma personalidade particular. Para isso, inúmeras cores foram empregadas com intenções diferentes. No dormitório, há o moderno e íntimo negro, no estar, o tom areia é neutro e sóbrio, na cozinha, o amarelo e o verde são dinâmicos e, no corredor, o vermelho é a pitada de charme e feminilidade da arquiteta.
Mesmo tão diferentes, os espaços combinam-se bem entre si, resultando num apartamento cool. Os objetos irreverentes são o ponto de união entre os cômodos. Na área social, há o letreiro, que paira acima do sofá de veludo de linho, e o busto de Davi, estilizado pela artista Karen Peters, sobre a mesa de acrílico preto. Atrás dela, a escultura de Montse Rovira e, sobre o aparador, uma gravura de Jaume Plensa e uma obra de Ángel Uranga. Recosta sobre a mesma parede uma porta antiga, trazida da China – no estar, há outra porta antiga importada, desta vez, de Marrakech. Eva desenhou vários móveis da sala de jantar: a mesa, o aparador e os revisteiros verticais. A cadeira giratória de assento laranja foi encontrada na loja de antiguidades Carina Casanovas.
  (Foto: divulgação)
O estar é o ambiente que tem em seu décor os elementos mais diversificados. No centro do desenho, criado pelo piso hidráulico, está a mesa chinesa, com suas cores originais desbotadas. Ao seu lado, dois pufes de couro – um magenta e outro mostarda. A luminária que recai na direção do sofá é a célebre Twiggy, do designer Marc Sadler para a Foscarini. Por fim, junto à janela, empilham-se umas sobre as outras três malas de tamanhos diferentes da Louis Vuitton. No pequeno corredor retangular de distribuição, há uma cadeira Tulipa, original, que data da década de 1950. Todas as ligações com outros cômodos, a partir deste espaço rubro, ocorrem através de belas portas de esquadria branca e vazada. O vidro destas portas permite que as cores dos quartos se misturem no olhar, criando um efeito alegre.
Os armários amarelos da cozinha vieram com a casa, bem como o piso que com eles forma um harmônico conjunto. Como não eram suficientes, foram instalados novos móveis de aço ali. A arquiteta separou bem as funções: a ala amarela serve para a armazenagem, e a cinza, para o trabalho. A parede negra separa o ambiente de uma pequena área de serviço. No fundo da cozinha, uma surpresa: a fotografia de Ellen von Unwerth. Todos os locais da casa têm um objeto inusitado. No caso do banheiro, chama a atenção o box, que recebeu a aplicação de um adesivo translúcido que reproduz a fotografia Le Baiser de l'Hôtel de ville, 1950, do francês Robert Doisneau.
O dormitório do casal é o espaço mais neutro e sofisticado. A temática é o alvinegro. Apenas neste cômodo (e no banheiro) o piso hidráulico foi substituído pela madeira. Tudo pela sobriedade. Sem contrastes, a parede negra se funde à cabeceira da cama, de couro. Acima, dois quadros de Chelsea Davine decoram o ambiente, além da obra de Julio Vaquero, que fica sobre o criado-mudo, ao lado da cama. Também escuras, as luminárias Hanging Hoop pendem do teto.
Detalhe final: Eva não exerce mais a arquitetura profissionalmente há muito tempo. Hoje, dedica-se ao negócio familiar: a Rabat Joyeria.
  (Foto: divulgação)

  (Foto: divulgação)

  (Foto: divulgação)

  (Foto: divulgação)

  (Foto: divulgação)

  (Foto: divulgação)

  (Foto: divulgação)

  (Foto: divulgação)



www.casavogue.globo.com/Interiores/noticias/203/02/apartamento-eva-paloo-barcelona

Nenhum comentário:

Postar um comentário