Casa metálica para sobreviver ao clima

Arquiteto leva ar industrial a casa de campo nos EUA

O lar de fachada metálica em Orange County, na Califórnia, pertence a um fazendeiro da região. Depois que a residência anterior foi consumida pelo fogo, o proprietário contratou os serviços do escritório Daly Genik Architects para que uma morada mais moderna fosse erguida para ele. Dentro do terreno, a área ideal foi escolhida com base na orientação solar e na topografia. Como as temperaturas caem drasticamente no inverno, foi preciso encontrar uma fatia de terra onde a casa estivesse protegida.

A nova morada de 260 m² justifica seu tamanho pelas visitas constantes das filhas já emancipadas do morador e de suas famílias. O edifício pode ser entendido como a união de três sólidos. O posicionamento de três retângulos acaba por formar um “U”. Ao centro desta montagem repousa uma grande piscina azul. Pelo lado de fora se percebe uma temática: a reflexão. O sol cria desenhos interessantes ao ser refletido nas águas e nos painéis de alumínio das portas e janelas. Por dentro, o acabamento mescla madeira compensada e concreto aparente.
Os dois caixotes laterais são destinadas aos dormitórios. Lá, a fachada abre-se por meio de aberturas levadiças. Essas peças têm diversas justificativas. Visam garantir que os moradores possam desfrutar o máximo possível da bela paisagem local; servem como protetores solares durante o verão de calor intenso; e, durante o inverno, é possível posicionar as placas de modo a jogar luz solar para dentro da sala de estar e sala de jantar.
Quando abertas as portas e janelas, cria-se uma grande área sombreada em torno da construção, revestida com concreto corrugado, para garantir a boa performance termostática. Essa artimanha permite que o edifício permaneça resfriado, mesmo quando sob o forte sol da Califórnia.
Sem dúvida trata-se de uma morada bastante diferente das demais da região. Seu visual traz uma nova proposta: levar construções contemporâneas com apelo industrial ao campo.

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A cobertura de 360 m² do arquiteto

O belo lar de quem projeta para viver

Esta cobertura de 360 m² em Fortaleza, CE, passou por uma reforma completa. Nada escapou à prancheta dos arquietos Amanda Câmara e Valter Costa Lima, da Tetu Arquitetura. Foram trocadas todas as instalações básicas: elétrica, hidráulica e sanitária. Houve também intervenções estruturais e substituição de revestimentos e acabamentos. Concebido em 2011 e finalizado no ano seguinte, o projeto tem por essência a amplitude dos espaços e o conforto do morador, o próprio arquiteto.

Trata-se de um apartamento contemporâneo, sem abrir mão do conforto. A primeira medida foi substituir a escada helicoidal por outra mais confortável e bonita, de aço corten em balanço. A parede onde estão engastados os degraus foi revestida com mármore travertino romano bruto – o que gera uma composição bem interessante. As vigas metálicas instaladas para a abertura do vão da nova escada acabaram servindo de suporte para os trilhos da iluminação da sala. Os arquitetos optaram por abrir mão de forros de gesso.
O retrato de Andy Warhol, pintado pelo gaúcho Julio Ghiorzi, junto à tela de grafite O caminho das pedras e o pescador de ilusão, do baiano Toz, dão boas vindas ao visitante. Ao lado, a poltrona Mole, de Sérgio Rodrigues, e a luminária Anglepoise Giant compõem o ambiente de leitura. Ainda na sala de estar, tem a poltrona Slow Chair, cor-de-rosa, da Vitra, o sofá da Ouvidor Desgin e a mesa de centro do designer Zanini de Zanine. O tapete é de Guiomar Marinho. Este lar é repleto de peças de designers nacionais.

Na sala de jantar os móveis são também da Ouvidor Desgin. Cobrem a parede as obras de Ascal, Descartes Gadelha, Roberto Galvão e Rian Fontenele. A divertida e colorida luminária é da Flower Pot & Tradition. O primeiro pavimento, antes ocupado por três suítes e um estar íntimo, hoje contém um quarto de hóspede com banheiro e o amplo quarto de casal com closets e banheiro. No dormitório principal vê-se, além da grande cama, o sofá da Empório Beraldin, a penteadeira antiga, reformada e pintada de amarelo, e tela de Rian Fontenele.
Na cobertura, o ambiente de TV fica entre duas varandas. O pátio, que antes não agregava funções pela falta de infraestrutura, depois da reforma ganhou bar, cobertura de vidro com estrutura metálica, jardim vertical com fonte, bica, hidromassagem, gramado e mobiliário novo. O espaço foi transformando num local funcional e confortável – ótimo para receber os amigos de forma acolhedora. Os móveis da área externa são da Ouvidor Design e o painel cerâmico é da Cerbras. O piso é de limestone, da RL Mármore.

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Tudo às vistas, inclusive o concreto

Planta aberta para poder sempre mudar

“Adoramos mudar o layout”, foi a informação mais importante que o arquiteto e designer Maurício Arruda recebeu de seus clientes. Tal relato o fez tomar duas atitudes que definiram “a cara” do projeto deste apartamento, de 200 m². Para início de conversa, Arruda colocou a marreta em uso, derrubando a maioria das paredes da morada. Depois, refez integralmente os sistemas elétrico e hidráulico, as esquadrias e as portas. Ao fim desta reforma profunda, o apartamento da rua Maranhão, em Higienópolis, estava irreconhecível. Era como se os donos do lugar tivessem ganhado um lar inteiramente novo,
No entanto, restaram em muitos cantos do apartamento resquícios históricos. Indícios que garantem que tal construção data da década de 1950. Entre eles, o piso original do imóvel, de ipê, que contrasta de modo descontraído com a estrutura de concreto aparente revelada. O antigo imóvel segmentado nas mãos de Arruda se transformou num loft cheio de flexibilidade e juventude. A maior parte da planta é integrada. Não há quebras entre o estar, a sala de jantar, o home theater, a biblioteca e a cozinha. Apenas as duas suítes, o lavabo e a lavanderia permanecem independentes do grande salão.

Ciente da paixão do casal pelo rearranjo dos móveis, o arquiteto usou de inteligência. Instalou em diversas paredes de um mesmo cômodo saídas elétricas de tipos diversos. Além disso, deixou desenhada uma série de layouts alternativos para os ambientes. No quarto principal, é possível posicionar a cama de três modos diferentes. O home theater também pode ser instalado em quatro locais. Mas a versatilidade não para aí. A mesa de bilhar da sala se transforma em mesa de jantar e vice-versa. Pelo décor, há várias peças de autoria de Maurício Arruda, como a cadeira Pallet, a mesa Andorinha e os móveis da linha José.

As poltronas Thonet, um sofá, os tapetes orientais e a estante são heranças de família. Assim, entre modernidade e antiguidades, fez-se esta residência contemporânea. O trunfo deste apartamento, sem dúvida, é sua nova amplitude. A alvura das paredes e a ligação entre tantos ambientes são o cenário de um jogo movimentado de materiais e peças. Nem minimalista nem exuberante, a decoração deste lar é bem-medida. Há mais espaço de sobra do que área ocupada. Outro detalhe lúdico de bom gosto é a repetição do azul-royal. Ele está na cozinha, no banheiro e na mesa de bilhar.