domingo, 13 de outubro de 2013

Zaha Hadid parasita galeria em Londres

Serpentine Sackler é novo espaço de arte na capital


  (Foto: Luke Hayes)
Pela segunda vez na carreira, a arquiteta Zaha Hadid encarou o desafio de contrastar com ousadia e inteligência passado e presente. A exemplo do que acontecera em Roma, no projeto do museu MAXXI, foi-lhe encomendada uma conversão, desta vez de um armazém de pólvora do século 19 construído no meio do Hyde Park, em Londres. Reformado e ampliado pela diva, o edifício agora armazena arte. Essa, em poucas palavras, é a história da Serpentine Sackler Gallery, novo espaço expositivo do principal parque britânico, 300 metros ao sul da célebre galeria (não confundir com o Serpentine Pavillion, a estrutura temporária anualmente assinada por algum arquiteto de renome - em 2013 foi Sou Fujimoto).
A primeira missão da arquiteta era restaurar aquilo que havia muito pedia uma reforma. O mau estado em que se encontrava o edifício de 1805, dotado de duas câmaras de teto abobadado no miolo e uma discreta colunata na entrada, não foi obstáculo para seu cuidadoso trabalho de recuperação. A estrutura original havia recebido diversas emendas ruins ao longo dos anos, graças às mudanças de uso do prédio. Após 1963, ele deixou de ser ocupado por artefatos militares para se tornar um depósito de coisas do próprio Hyde Park.
Zaha eliminou tudo que não pertencia ao desenho original, e fez questão de que as transformações incontornáveis, como a troca do sistema elétrico, fossem feitas de modo discreto. As áreas livres entre a construção central o os muros que a cercam foram convertidas em espaços expositivos, bem como as duas galerias. A diferença entre esses dois pontos é o acabamento das paredes. Enquanto os corredores laterais receberam revestimento novo, branco, os antigos depósitos de pólvora só tiveram os tijolos cuidados. Além de abrigar as áreas destinadas à exposição de arte, o edifício antigo comporta ainda a loja do museu e os escritórios da equipe da curadoria.
  (Foto: Luke Hayes)
Mas Zaha não se limitou a restaurar o prédio histórico. Como não poderia deixar de ser, ela anexou ao edifício uma área que carrega inegavelmente seu estilo arquitetônico. Trata-se de uma estrutura complexa de fibra de vidro, pensada para abrigar um espaço de convivência e gastronomia hiper contemporâneo.
As formas orgânicas e o acabamento branco e polido da ampliação contrastam imediatamente com o edifício do século 19. “A ideia era criar uma experiência estética intensa”, explicou a arquiteta. “Minha obra faz referência à beleza da natureza que a cerca, além de ser um convite intrigante ao mergulho nos enigmas da arte contemporânea”.
Internamente, ajudam a sustentar a cobertura cinco colunas de aço. Essas peças marcam pontos onde a casca abre-se para o céu. Na decoração há apenas dois elementos fixos: a cozinha em ilha e o longo balcão do bar que foi locado paralelo à parede de tijolos do antigo edifício. O mobiliário seque o desenho Voronoi, que Zaha tanto gosta.
  (Foto: Luke Hayes)

  (Foto: Luke Hayes)

  (Foto: Luke Hayes)

  (Foto: Luke Hayes)

  (Foto: Luke Hayes)

  (Foto: Luke Hayes)

  (Foto: Luke Hayes)

www.casavogue.globo/Arquitetura/Edificios/noticias/2013/10-zaha-hadid-serpentine-saclker-gallery

         Casa barata com pinta de car

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)
A melhor maneira de comprovar uma teoria é sempre na prática. Foi com esta premissa em mente que o arquiteto Neal Schwartz, radicado em São Francisco, construiu um lar em Sonoma, na Califórnia, para passar os fins de semana com seu marido, Ron Flynn, e os dois cães do casal. “É sempre possível usar todas as coisas que não têm preço – a luz, a vista – para agregar valor aos recursos financeiros investidos,” explica o arquiteto, que constantemente busca maneiras de aumentar a sensação de amplitude em seus projetos.

Após ver muitos clientes lutarem contra a cruel dúvida quanto a optar pelo pré-fabricado - mais barato e impessoal -, ou pelo personalizado – mais interessante, porém também mais salgado -, Schwartz, professor na California College of the Arts e dono do escritório Schwartz and Architecture, resolveu pôr fim ao debate. “Eu queria ir de encontro à ideia de que a única maneira de conseguir bom design por um preço acessível é escolhendo o pré-fabricado, e também contrariar a crença de que personalizado é sinônimo de chique.”
Apesar de o resultado não ser o que se pode chamar de barato, o preço não foge muito do custo de um pré-fabricado de alta qualidade. Já o charme dado ao lar pelas mãos de Schwartz... este é inestimável.
A beleza natural do entorno foi extremamente bem aproveitada por meio de diversas janelas e portas de vidro. Os itens de decoração também esbanjam charme, apesar de suas origens singelas. As mesas de centro da sala de estar foram confeccionadas a partir de pedaços de tronco de cipreste aos quais o arquiteto adicionou pequenas rodas. A luminária da sala de estar também é resultado dos próprios esforços manuais de Schwartz. E os charmosos quadros de pássaros no mesmo ambiente? São páginas recortadas de um livro.
Estamos convencidos, Sr. Schwartz.
  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

  (Foto: Matthew Millman/ The New York Times)

 www.casavogue.globo.com/Interiores/casas/noticias/2013/10/casa-barata-com-pinta-de-cara
 

O plástico fluido de Zaha Hadid

Arquiteta desenha cadeira para Sawaya & Moroni

  (Foto: Divulgação)
Uma folha de papel redonda dobrada foi o ponto de partida da über arquiteta e designer Zaha Hadid para criar a cadeira Kuki. A peça, que parece realmente ter sido apertada com as mãos, é resultado de uma parceria com o escritório italiano de design Sawaya & Moroni e foi apresentada no Salão do Móvel de Milão 2013.
Feita a partir de uma única superfície de plástico de cor púrpura, a Kuki tem curvas e dobras que lhe imprimem um formato escultural. As bordas alinhadas formam os pés da cadeira, responsáveis pela sustentação da peça. Seguindo o formato das curvas, algumas incisões abrem-se em forma de gota, dando mais leveza à criação. Uma dobra acentuada no meio quebra a circularidade para estabelecer os limites entre assento e encosto, sem prejuízo à harmonia e à organicidade - algo cada vez mais presente nos designs fluidos da arquiteta iraquiana, que tem gostado de criar pequenas em escala doméstica. Ainda bem.
  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

 www.casavogue.globo/Design/noticias/2013/05-zaha-hadid-cadeira-kuki-sawaia-morini

4 em 1: luminária, vaso, mesa, aparador

Móvel une praticidade e uma dose de drama

  (Foto: Divulgação)
Se híbrido é hoje uma palavra da moda em diversos setores da atividade humana (alguém falou em indústria automobilística?), parte da explicação do fenômeno pode ser atribuída às centenas de designers de todo o planeta, que quebram a cabeça tentando unir elementos (às vezes universos) distintos em algo minimamente harmonioso. Designers como Roel Hiusman, que recentemente apresentou ao mundo a Writing Table, móvel por si só um misto de escrivaninha com aparador, que ainda traz incorporados um vaso e uma luminária.

A peça multifunção possui tampo de resina de poliéster que, após ser fundido, branqueado, lixado e polido, ostenta com orgulho discreto uma atraente aparência opaca. Contrastando com o material, de maneira natural segundo Hiusman, o restante da mesa é de madeira. Assim, tanto as pernas quanto a luminária exibem essa matéria prima. O vaso, feito em vidro, mal se esconde por debaixo do tampo, fazendo "brotar" as flores sobre a mesa.

Embora singela, a peça apresenta uma dose de drama, como se a luminária, e especialmente as plantas, estivessem a romper a resina em busca de uma ascenção redentora. A característica se explica pelo background de Hiusman, um designer de produtos com experiência na elaboração de cenários para espetáculos teatrais. O contato com o mundo da arte dá a seus projetos uma dimensão de interação entre obra e público, e faz do seu trabalho algo interessante de se acompanhar.
  (Foto: Divulgação)

  (Foto: Divulgação)

www. casavogue.globo.com/Design/Moveis/noticias/2013/10/04-em-1-luminaria-vaso-mesa-aparador-