domingo, 4 de novembro de 2012

Piscina é o centro de lar espanhol

Arquitetura repensa paradigmas do morar

  (Foto: David Frutos)
Como o nome indica, a Pool House, de Joaquin Alvado Banon, trabalha a relação entre arquitetura e água. Num contexto de baixa densidade, em Orihuela, Espanha, a obra explora o papel da piscina privada infiltrada num ambiente construído, redefinindo-o. Não se trata de uma casa com piscina, mas a água é indissociável da construção.
Com um formato bastante moderno, o conjunto pode ser percebido como a adição pela justaposição de três corpos quase independentes. As ligações se dão internamente, por meio de pés-direitos duplos e, externamente, com a ponte em “Y” que se divide horizontalmente e verticalmente, como escada. Cada parte tem sua personalidade, e alguma privacidade em relação às outras.

No todo, a arquitetura tem uma aparência retorcida. A dupla função deste partido se divide em: contemplar a natureza que envolve a morada, as montanhas de Orihuela, assim como a cidade; e explorar as melhores condições de luminância solar. A reunião dos panoramas de todos os lados visa dar um sentido de liberdade, de integração com o exterior, volatilizando as limitações do terreno. É o modo que o projetista encontrou para debater arquitetonicamente as questões dos espaços privados e públicos. A rua é convidada a fazer parte do projeto – a rampa na entrada parece ser uma continuação da via.
A piscina, que nasce logo no acesso do terreno, é o coração do projeto, e por isso foi destacada em laranja, que contrasta com o cinza que predomina pelas paredes externas. A água propicia um método de exploração da casa diferente: é possível nadar através da construção. Há todo um cuidado luminotécnico em relação à piscina. A massa construída foi intencionalmente pensada para expressar uma secura, uma aridez, com o emprego de materiais como o concreto e o aço. A justificativa é o deslocamento da atenção para água, novamente, que “umedece” o local.
O volume, que se espalha e domina a área do lote foi conquistado com um longo do processo deliberativo. Isto porque os papeis que a casa deveria desempenhar são muitos e complexos. A luz foi levada em conta em larga escala, bem como a busca por ambientes que propiciassem experiências temporárias, diferentes em cada cômodo. “Entrar, sair, entrar, noite, manhã, comer, tomar banho, tudo ocorre entre o dentro e o fora, entre o construído e o exterior”, explica Banon. Para ele, a forma ideal já existe antes de gerado o projeto, as variáveis, juntas, a sussurram. Basta encontrá-la. Internamente, os espaços de reunião se entrelaçam num âmbito que paira entre o privado e semi-privado, “como no ato de viver”, contextualiza o arquiteto.
  (Foto: David Frutos)

  (Foto: David Frutos)

  (Foto: David Frutos)

  (Foto: David Frutos)

  (Foto: David Frutos)

  (Foto: David Frutos)
 
 
 

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