quinta-feira, 21 de março de 2013

Depósito convertido em loft – Esé Studio



O arquiteto norte-americano Aaron Ritenour e o designer de interiores grego Sotiris Mallas, do Esé Studio, assinam o projeto do loft Faliro, em Atenas, Grécia. O projeto teve como inspiração inicial os primeiros lofts, feitos nos galpões abandonados em extintas áreas industriais – a maioria com paredes de tijolo crú e vigas de madeira expostas. Os pioneiros nesse tipo de conversão foram artistas que buscavam grandes espaços livres a baixo custo para seus estúdios, conciliando também janelas altas para a entrada de luz e amplos espaços sem divisórias, deixando bastante espaço para obras de grande escala.

O espaço era anteriormente uma área de armazenagem da loja Patiris, que fica logo abaixo. “Nosso cliente queria um espaço para abrigar junto de seu showroom de revestimentos e materiais de construção, dois espaços de escritório e um apartamento para moradia”, revelam os autores. Uma solução eficiente para conciliar todo esse programa no mesmo edifício foi a separação das entradas, sendo um acesso ao escritório (fechado com um vidro fosco e caixa de aço), outro por elevador e outro por escada.

A mesa de jantar é usada durante o dia como mesa de reunião (e a cozinha como café), à noite essas áreas voltam a se tornar espaço privado como sala de jantar e cozinha. O quarto fica na parte sudoeste do edifício, separado por uma série de colunas de concreto e divisórias.

“Antes o lugar estava cheio de azulejos, sanitários e banheiras, e a área do quarto principal era escritório de contabilidade. Tinha tetos baixos com estuque branco, nós descascamos um pouco mais fundo e encontramos nosso maior golpe de sorte: havia concreto no teto, o que se tornou um dos elementos-chave do espaço”, atestam os autores.

Exceto o teto, a maioria das coisas tinha de ser nova. Nada mais razoável do que incorporar ao projeto os produtos do próprio showroom. Em colaboração com o proprietário, Nikos Patiris, grande parte do loft foi coberta com os materiais que ele importa da Itália para vender em sua loja. Entre os destaques estão os blocos tridimensionais e vazados de cerâmica (conhecidos no Brasil como cobogós), que foram usados na sala como divisórias e também para filtrar a luz. Outro modelo deste mesmo elemento foi usado para fazer a pérgula na área externa.

Para o revestimento de piso foram usados ladrilhos hidráulicos com desenho 3D, no banheiro, tábuas de madeira, na sala, e ladrilhos cerâmicos de grandes tamanhos no restante do espaço. Os autores ressaltaram as qualidades destes últimos: podem ter milhares de cores e texturas diferentes, além de apresentarem baixo custo de manutenção.

Para iluminação, tanto no quarto quanto na sala foram usados spots fixos em trilhos, com luz LED. Uma solução econômica que se adequou muito bem à atmosfera do loft, que mistura uma estética despojada com peças de decoração luxuosas, algumas das quais assinadas pela designer italiana Patricia Urquiola.

Embora o espaço conserve uma aparência industrial, principalmente pelo concreto aparente, há também um toque de influência oriental que ajuda a suavizar a decoração: foram instaladas na parede telas de madeira deslizantes, tipicamente japonesas, conhecidas como shoji. Esse elemento vazado em forma de grid também ajuda a filtrar a luz.

Por fim, vale destacar uma iniciativa bastante interessante: o projeto incorporou uma série de jardins portáteis e de parede, adaptados em sacos feitos sob medida. Além de flexibilizar o uso dos espaços e economizar área, a iniciativa permite aos moradores cultivar seus próprios vegetais e ervas com este sistema super simples.
 
 talk.arkpad.com.br/arquitetura/deposito-convertido-em-loft-ese-studio

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